sábado, 16 de fevereiro de 2013

Arbitragem piauiense de luto; morre Artur Braz

Artur Braz faleceu na manhã de hoje, aos 75 anos de idade.
A arbitragem e o futebol do Piauí estão de luto: faleceu na manhã de hoje (16), no Hospital Aliança Casamater, onde estava internado, em decorrência de problemas provocados pelo diabetes, o ex-árbitro Artur Braz. Durante muitos anos, ele foi considerado o melhor árbitro do futebol piauiense, apitando muitos clássicos e jogos decisivos no Piauí e até em outros estados.

Artur Braz, 75 anos (Teresina - PI, 30/11/1937), estava com a saúde debilitada há muitos anos. Com problemas renais, era submetido a constantes sessões de hemodiálise. O diabetes também provocava outros problemas no ex-árbitro, que veio a falecer às 8 horas deste sábado. Seu corpo será velado na própria residência de Braz, à Rua Heráclito de Sousa, bairro Monte Castelo.

Durante muitos anos, o nome de Artur Braz foi mencionado nos noticiários esportivos da imprensa piauiense. Como jogador, apenas o lateral Braz; como árbitro, Artur Braz. Um nome pequeno, apenas duas palavras, mas que construiu uma grande história dentro do futebol piauiense. Era filho de um ex-jogador do futebol da fase amadorista no Piauí, Quincas Braz.

Seguindo os passos do pai, Braz jogou no Cruzeiro, Botafogo e Flamengo. E foi duas vezes campeão piauiense. Em 1957, pelo Botafogo, na última conquista do time alvinegro, e em 1964, no Flamengo, quando o time rubro-negro conquistou seu primeiro título profissional. Em 63, foi campeão maranhense pelo Maranhão. Mas, voltando ao Flamengo, no retorno para o bi, em 65, uma contusão impediu que ele continuasse jogando. Incentivado por Carlos Said, que disse-lhe "faz o curso de árbitro, você será um grande árbitro", Braz continuou no gramado, mas agora com a autoridade de árbitro.

"O grande impulso da minha carreira" - disse ao SITE DO BUIM, em maio do ano passado - "aconteceu quando da célebre briga com o Tassu. O Manguito, goleiro do River, pegou um pênalti num Rivengo. O Tassu correu para abraça-lo, e o Manguito foi saindo daquela euforia. Por trás, o Tassu agarrou-lhe e terminu pegando na bola, que estava em jogo, com as duas mãos. Eu marquei novo pênalti e a confusão começou". O acerto na marcação do novo pênalti deu a Braz a personalidade que um jovem árbitro precisa no início de sua carreira. Daí em diante, a profecia de Carlos Said se confirmou.

Considerado o melhor árbitro do futebol piauiense por muitos anos, Braz terminou se constituindo no árbitro que mais dirigiu o principal clássico do Estado (River x Flamengo), ao apitar 45 confrontos, quase o dobro do segundo colocado, Antônio Pereira dos Santos. Braz também foi um dos árbitros que mais apitou no Campeonato Piauiense, com 285 atuações entre 1965 e 1985. A propósito, ele detém um recorde que dificilmente será igualado: é o árbitro que mais dirigiu jogos em um único campeonato piauiense - 39 partidas no certame de 1983.

O presidente da Comissão Estadual de Arbitragem de Futebol, João José Leitão, disse que poucos árbitros passaram pelo futebol do Piauí com a capacidade de dirigir grandes jogos como Artur Braz. "Não foi à toa que ele entrou para a história como árbitro que mais apitou o nosso clássico maior", afirmou.

Nascimento puxa o contra-ataque para o River. Braz acompanha a jogada. Foi assim por 20 anos.


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